Procidência do Reto ou Prolapso Retal

Procidência do Reto ou Prolapso Retal

Prolapso é a protrusão do intestino através do canal anal. O segmento protruso
pode ser constituído somente pela mucosa, dito prolapso mucoso, ou por todas as capas
do intestino, dito procidência. O prolapso mucoso dos adultos está sempre relacionado a
alguma patologia, como a doença hemorroidária, por exemplo. Em crianças ele ocorre
independente de patologia ano-retal evidente.
O exame proctológico , a manometria ano-retal e a eletromiografia mostram que
estes pacientes têm alterações anatômicas e funcionais importantes dos músculos do
diafragma pélvico e dos esfínteres anais. Há sempre grande hipotonia muscular e
incontinência sugerindo que a falta de apoio facilita a saída do reto pelo ânus.
Achamos que , no momento, a melhor interpretação, combina as três teorias
expostas acima. Resta esclarecer onde o processo realmente se inicia e qual o fator
desencadeante primário.
Os pacientes portadores de procidência do reto, em sua maioria, são incontinentes,
havendo características histopatológicas de denervação do músculo elevador do ânus e
dos esfínteres. Estas alterações não se encontram nos pacientes que ainda se mantém
continentes. Resta a duvida se estas alterações são primarias ou secundárias à
procidência.
Fatores de aumento de pressão intra-abdominal, como constipação ou diarréia, são
considerados predisponentes da procidência do reto, bem como a história de muitos partos
e operações pelvi-perineais.É freqüente a concomitância de prolapso de útero, vagina e bexiga como parte do comprometimento da estática pélvica. Além destes, a literatura médica sobre o assunto cita com freqüência a doença mental como fator associado à procidência.

Exame físico
A simples inspeção costuma ser suficiente para que seja identificada uma
procidência do reto. A mucosa do segmento exteriorizado apresenta-se congesta,
recoberta de muito muco, às vezes ulcerada, e tem pregas caracteristicamente
concêntricas, não evidentes quando há muito edema. Os músculos do diafragma pélvico
são totalmente hipotônicos, e o ânus se mantém aberto mesmo com a massa procidente
reduzida ao interior da pelve. Nas fases iniciais da doença pode ser necessário solicitar ao
paciente que faça um esforço evacuatório em posição agachada para que o reto se
exteriorize.
Ao toque retal não há contração dos esfínteres e a palpação bi-digital evidencia que
a metade anterior da procidência é mais espessa pela presença do fundo de saco
peritonial. Este pode conter alças de intestino delgado que eventulamente podem
encarcerar e evoluir para obstrução intestinal alta.
A procidência do reto pode se apresentar gangrenada constituindo uma emergência
cirúrgica.
É importante a diferenciação entre a procidência do reto e o prolapso mucoso.

 

prolapso_retal

 

Procidência do reto
 
Tratamento:
    A procidência do reto é melhor tratada por cirurgia, uma vez que esta patologia não
responde a medidas de controle clínico. O procedimento deve preferencialmente impedir
exteriorização do reto bem como restabelecer a funcionalidade do mecanismo
esfincteriano anal que está bastante comprometido nestes casos.
    O objetivo geral de qualquer técnica cirúrgica para controlar a procidência é
desenvolver um método mecânico que impeça a saída do intestino através da fenda anal.
    As opções para obter este resultado incluem a fixação do reto à pelve, a ressecção do
segmento exteriorizado e o estreitamento do ânus.